sábado, 24 de abril de 2010

Sugestões de actividades

Rodrigues & Franco no seu artigo “Dificuldades de aprendizagem no processo de construção da leitura e da escrita. Sugestões para sala de aula” apresentam algumas sugestões possíveis de serem realizadas em sala de aula, que enfocam as áreas da psicomotricidade, cognição e expressão livre.

I – Psicomotricidade


1. Esquema corporal: percepção do próprio corpo, conceitos das partes do corpo como um todo, reprodução de movimentos complexos e diferenciados.
Actividades: diferentes tipos de desenhos em diferentes tipos de papéis, uso de bonecos variados (pano, papelão), fotos, imagens de pessoas, jogos que envolvam o tema “corpo”, actividades individuais e colectivas que envolvam movimentos corpóreos entre outros.

2. Lateralidade: predominância de um lado do corpo em relação ao outro.
Actividades: massa para modelar, recorte de linhas/figuras/ formas, acto de desenhar, colorir, pintar, jogos que envolvam mão e/ou pé dominante (chutar, pular, correr), jogos e músicas envolvendo lados dominantes etc.

3. Estruturação espacial: noção do “EU” dentro do espaço. Essa noção é fundamental para o aluno pois ao ter noção de si mesma como um “EU” igual aos outros e diferente dos outros, o aluno perceberá, por exemplo, que letras são diferentes de números.
Actividades: actividades que envolvam noção de em cima/em baixo, maior/menor, dentro/fora, longe/perto etc.

4. Orientação temporal: noção de que existe um tempo objectivo, fundamental para a organização do pensamento.
Actividades: noção de manhã/tarde/noite, figuras de sequência lógico-temporal para o aluno montar, envelhecimento (linha do tempo), música (ritmo: lento/moderado/acelerado), estações do ano, estimular o aluno a avaliar o tempo que usa para desenhar/escrever seu nome etc.

5. Postura e equilíbrio: Capacidade do aluno em conquistar e manter atitudes corporais habituais. Capacidade fundamental para construção das habilidades de atenção/concentração, pois um aluno que não tem postura e equilíbrio adequados, seu cérebro naturalmente “desvia” a atenção para corrigir os desequilíbrios provocados.
Actividades: equilibrar-se com um dos pés, movimentar-se com os pés no chão, andar com as pontas dos pés, andar em cima de linhas rectas e onduladas, andar em uma prancha (ex: banco) entre outros.

6. Praxia Fina (e/ou psicomotricidade fina e/ou coordenação dinâmica manual): Estágio do desenvolvimento humano que agrega as noções acima e o exercício das mesmas.
Actividades: actividades que envolvam as mãos, traçado de linhas, jogar e receber bola, tactear de formas (desenhos, peças, esculturas, objectos) em diferentes tipos de materiais (arroz, areia), realizar pinturas, preencher sobre traçados de linhas (rectas, curvas, denteadas) entre outros.

II - Cognição

 

1. Percepção: ato de conhecer o objecto e suas relações para poder atribuir-lhe os seus diferentes significados. Fundamental para a construção da capacidade simbólica (representações).
Actividades: discriminação de cores, formas, tamanhos e quantidade, análise/síntese, estímulos visuais, auditivos (reprodução de diferentes sons), gustativos e olfactivos.

2. Memória: capacidade de registar e de recordar estímulos. O aluno somente desenvolverá essa capacidade se houver identificado e compreendido o que o professor propôs como actividade. A memória é construída através da memória visual, auditiva e visuomotora (coordenação olho-mão). A memória visuomotora é fundamental para a caligrafia e escrita.
a) Memória visual: capacidade de reter e de recordar com precisão, experiências visuais anteriores.
b) Memória auditiva: capacidade de reter e de recordar informações captadas auditivamente.
c) Memória visomotora: capacidade de reproduzir com movimentos dos segmentos corporais, experiências visuais anteriores.
Actividades: jogos de memória, jogos de sequências, quebra-cabeças simples, contar e recontar pequenas histórias, dramatizar pequenas cenas e “redramatizá- las”, pequenas letras de músicas com refrões e mesmas terminações entre outros.

3. Atenção: fenómeno subjectivo que expressa o modo como a mente selecciona e fixa determinados estímulos por um tempo variável, segundo a motivação e a fadiga do aluno.
Actividades: actividades que se desencadeiam por força da motivação (motivação da acção) e desperte o interesse dos alunos. Sugerem-se jogos que não visem a competição mas a criatividade.

4. Raciocínio: capacidade de usar o pensamento para resolver problemas evidenciando o modo como o pensamento se organiza.
Actividades: quebra-cabeças, classificação de objectos, identificação de relação de igualdade/diferença/semelhança, blocos lógicos, inventar histórias e jogos, inventar hipóteses etc.

5. Conceptualização: classificação através da característica do objecto.
Actividades:gravuras, jogos entre outros (“cada coisa em seu lugar”.)

6. Linguagem: A linguagem é todo sistema de signos que serve como meio de comunicação entre os indivíduos. Está ligada a inúmeros aspectos como os neurológicos, motoras, afectivo-emocionais, culturais, históricos e de socialização entre outros.
Actividades: imitação, reprodução de história, descrição de gravuras, introdução de novas palavras para enriquecimento do vocabulário, diferentes actividades lúdicas (fantoches, dramatizações, canções, recitar e ouvir poesias, narrações...) entre outros.

7. Compreensão da leitura: entender o que se lê em decorrência da capacidade em descodificar textos (formar representações mentais).
Actividades: pequenos textos, executar leitura e interpretação, formar hábito de leitura diferenciada, fazer com que o aluno leia o que escreveu, fazer com que o aluno entenda o que leu, entre outros.

III - Expressão livre



As actividades auto-expressivas são geradoras, por excelência, de prazer e de satisfação, resultantes do potencial do sujeito. É esse prazer que permite ao indivíduo relacionar-se satisfatoriamente consigo mesmo, com os objectos e com o mundo ao seu redor.
Actividades pedagógicas: diferentes formas de comunicação através de diferentes formas de expressão: actividades de expressão plástica, de expressão musical, expressão cénica, expressão verbal, expressão não verbal, expressão corporal etc.

Estratégias de leitura e escrita segundo Uta Frith


Mousinho (2003) no seu artigo “Conhecendo a dislexia” apresenta as três estratégias, descritas por Uta Frith, pelas quais todas as crianças passariam durante o processo de aprendizagem da leitura e da escrita. 

Intervenção Psicomotora nas D.A.: Um exemplo do serviço de neuropediatria do hospital da Universidade da República Oriental (Uruguai) para crianças com DA


Araújo & Cuozzo (2003), no seu artigo “Taller de Psicomotricidad en niños con dificultades de aprendizaje”, descrevem a prática psicomotora que desenvolvem no serviço de neuropediatria de um hospital com crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem (principalmente disgrafia e dislexia).

Organização

Actualmente a intervenção em psicomotricidade, neste serviço, é constituída por dois contextos: um respeitante às actividades de sala e outra respeitante às actividades de atelier (actividades de manipulação e representação).
A intervenção é feita de forma grupal (2 a 6 crianças), mantendo os mesmos dias, horários e técnicos, em sessões de 45 minutos. Os resultados são mais favoráveis quando o tratamento acontece quando as crianças realizavam uma vez por semana as sessões (sala e atelier) uma depois da outra. Uma vez que neste casos o atelier oferece um lugar de distanciação, já que este é um espaço que permite integrar as emoções que foram vividas na sala. Desta forma, o atelier que se desenvolve não contradiz a metodologia do trabalho em contexto de sala, e sim, busca a continuidade, proporcionando-lhe ao indivíduo outras experiências com o fim de favorecer ao máximo as suas potencialidades. Tenta-se brindar as crianças com um ambiente adequado onde são estimulados a criar e a pensar, a explorar e a experimentar os diferentes materiais e propostas, progredindo de acordo com o próprio ritmo.

Metodologia


A metodologia adoptada parte da base de que o psicomotricista deve estar, como diz Ancontorier “à escuta do outro, aceitando e recebendo os conteúdos, formas e sentidos da expressividade psicomotora”. A criança é abordada neste espaço diferente, promovendo desequilíbrios que ponham em funcionamento processos de acomodação e assimilação, respeitando a globalidade e a individualidade de cada um. Considera-se fundamental o vínculo que se estabelece entre a criança e o psicomotricista, que possibilita a aceitação e o desfrute do trabalho neste espaço.
É de salientar que a intervenção em psicomotricidade se encontra coordenada com as outras terapias e tratamentos, num trabalho interdisciplinar desenvolvido desde o diagnóstico.

Tipo de Intervenção

Na abordagem com crianças disgráficas ou disléxicas, o primeiro objectivo a trabalhar neste atelier é desbloquear a comunicação, abordando a criatividade e a livre expressão.
Esta etapa permite ajudar a criança a conseguir um melhor ajuste tónico-postural nas actividades de sala. As propostas nesta primeira instância (que depende em duração de cada criança e do grupo), centram-se no uso e na manipulação de instrumentos e materiais como massa, argila, cerâmica, pinturas, pincéis, folhas de diferentes tamanhos, texturas e cores. Para além das actividades com esses materiais são também aplicadas as cnicas pictográficas e escriptográficas do tipo que Ajuriaguerra descreve no seu livro Reeducação da Escrita. Todas estas actividades, como já foi dito, estão direccionadas para abordar a parte comunicativa e expressiva bem como o controlo tónico-emocional.

Nas próximas abordagens isto passa a ser complementar, e o central é a abordagem das alterações perceptivo-motoras, perceptivo-visuais e da praxia construtiva, incidindo positivamente na sequencialização e organização espacial, funções estas que estão frequentemente associadas às dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita. Nesta etapa utiliza-se material fotocopiado do tipo dos manuais de Frostig e semelhantes (sopas de letras, labirintos, diferenças), jogos de caixa (de memória, dominó), puzzles, jogos de construção, cópias de figuras, e traçado de figuras geométricas com régua e compasso. Aborda-se também a componente motora da escrita, procurando que esta se converta numa ferramenta prazerosa de expressão e comunicação, de fácil uso para criança, com letra legível, com pouco esforço e velocidade adequada, sem que origine cansaço e dor. Para isto, combinam-se as técnicas anteriormente referidas com técnicas escriptográficas. Também se introduz o trabalho sobre a execução de cada letra, direccionalidade, traçado, forma das letras, o que seja necessário para melhorar a qualidade da escrita, em geral. Utiliza-se um caderno para cada aluno, de modo, a permitir ordenar temporalmente os trabalhos, acedendo com naturalidade ao material pretendido. A selecção do material a incluir no caderno realiza-se com base nos objectivos e estratégias delineadas para cada aluno. Muitas vezes usa-se a caderno como uma continuação do trabalho em casa, procurando assim a participação e o interesse da família em actividades gráficas de fácil resolução pela criança, ou seja, pretende-se criar um momento em família em que se possam partilhar os êxitos da criança e que estes sejam reconhecidos pela sua família. O caderno contém, ainda, um contrato de trabalho que inclui o “fazer com vontade” para que realmente seja prazeroso e que a criança não se sinta obrigada a fazer se não sente disposição para tal. Isto também é falado com os pais para que se evitem situações de pressão familiar.

Resultados

Avaliando os resultados, pode-se dizer que este tipo de intervenção psicomotora permite que em pouco tempo, as crianças adquiram uma maior fluidez na escrita, aumentando a velocidade e vencendo paulatinamente o aumento do tónus ao escrever. A qualidade da escrita é mais difícil de mudar e depende da idade da criança, uma vez que quando se inicia o processo de personalização da letra há elementos que não se podem modificar. No entanto, pode-se afirmar que a escrita se torna legível, atingindo assim o objectivo principal, que é fazer da escrita uma ferramenta de comunicação. Um outro elemento que se modifica rapidamente é também o stress que esta actividade cria na criança, desdramatizando a situação e conseguindo uma maior motivação. 

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Algumas notas para favorecer um eficaz desenvolvimento da grafomotricidade


Riaño (2004), no artigo "El desafio de la escritura: en busca de la grafomotricidad", propõe as seguintes modalidades para que o desenvolvimento do processo da grafomotricidade seja eficaz:


- Criar um contexto comunicacional.
- Respeitar o ritmo do aluno e sensibiliza-lo nas propostas específicas através da segurança.
- Atribuir ao garatujo, aos ideogramas e ao desenho um significado.
-Facilitar a integração do esquema corporal.
-Possibilitar a expressão através do corpo, mediante actividades lúdicas (teatro, dança, construção, simbolização).
- Propiciar a organização espácio-temporal e a discriminação rítmica.
- Permitir um gesto flexível e adaptado mediante a discriminação e memorização perceptivo-visual-auditiva (duração, velocidade, distensão, relação, posição, inibição, tamanho, intervalo, dimensão, simultaneidade, rotação).
- Favorecer as experiências sensório-motoras do movimento no tarçado (simbolização, codificação e descodificação).
- Introduzir técnicas de expressão: pictográficas, escriptográficas.
-Optimizar a independência segmentar mediante a coordenação visuomotora e a organização perceptiva.
-Alcançar o controlo progressivo das articulações e agilidade nos dedos adequando o tónus muscular ao traço.
- Facilitar a progressão dos exercícios mediante a constância da forma arabescos, preenchimentos, formas, pontos).

Pais...


 
Não só na escola ou nas terapias se pode facilitar a aprendizagem da escrita, também as famílias podem ajudar as crianças a escrever correctamente. A Associação Americana de Terapeutas Ocupacionais (www.aota.org) apresenta as seguintes recomendações para os pais:

- Partilhe os seus trabalhos escritos. Mostre aos seus filhos os textos que escreve e recebe.
- Tenha um pequeno quadro ou tabuleiro para as mensagens escritas de todos os membros da família.
- Implique o seu filho nas actividades familiares de escrita (lista de compras, planos de festas, notas para a escola, etc.).
- Faça com que o seu filho escreva uma nota de agradecimento quando recebe prendas.
- Anime o seu filho a escrever e a desenhar convites para as festas e os aniversários.
- Promova a escrita de todas as formas possíveis.
- Apoie especialmente os projectos de escrita (letreiro para pôr na porta do quarto, escrever um diário, fazer um jornal, um livro de anotações para as férias, etc.).
- Corrija os erros de escrita no momento sem sobrecarregar a crítica.
- Recorde que escrever bem é algo mais que fazê-lo correctamente, ou seja, centre-se mais no conteúdo do que na mecânica.
- Seja paciente, a escrita desenvolve-se lentamente com a prática.

Programa de autocorrecção da escrita ( Vallés, 1996)


O Programa de autocorrecção da escrita ( Vallés, 1996 cit. por Arándiga, 1998) é um outro programa inserido no modelo cognitivo que tem como objectivo consciencializar o aluno de que o processo de revisão escrita é fundamental para a melhoria da qualidade da sua escrita.
Os processos de autocontrolo supõe um objectivo didáctico desejável em todo o processo de correcção das tarefas escolares. No âmbito da escrita, o próprio aluno pode aprender a autocorrigir a sua própria produção gráfica de acordo com as pautas metodológicas que se lhe sugerirem. Pretende-se ensiná-lo a reflexionar sobre como pode melhorar as suas tarefas escritas através das estratégias que se utilizam para melhorar a qualidade da sua escrita. Os procedimentos de autocorrecção desenvolvem as capacidades metacognitivas, uma vez que exigem realizar revisões parciais das suas tarefas para perceber os erros e procedimentos para a sua correcção.

O modelo baseia-se nos seguintes aspectos:

1. Ideias Prévias

Inicialmente é necessário perceber o que os alunos entendem por correcção. Alguns podem atender apenas a aspectos de
ortografia ou só aos aspectos da caligrafia.Deste modo, o professor deverá pôr em evidência que a correcção da escrita deve atender à ortografia, grafismo, apresentação, pontuação, limpeza, etc.

2.  O processo de correcção com  o objectivo de aprendizagem
O processo correctivo deve atender à observação à observação e manuseio de textos escritos que contenham erros ou aspectos a melhorar para familiarizar o aluno com a sua detecção e posterior melhoria. 

3. A responsabilidade no processo de autocorrecção
Quando os próprios alunos corrigem as suas tarefas escritas estão a adquirir uma responsabilidade de o realizar como uma tarefa habitual. Isso exige uma sistematização na realização das tarefas de autocorrecção (programação didáctica das mesmas).

4. As situações comunicativas como conteúdo de escrita
A produção de textos deve corresponder a situações de comunicação e funcionais para o aluno. Os seus textos deverão servir-lhes para por exemplo convidar alguém para o seu aniversário, escrever cartas a amigos, fazer um simples relato sobre um tema da actualidade, escrever um conto simples.

5. Pautas para a autocorrecção
Para que a autocorrecção seja eficaz é necessário seguir umas normas ou guias de reflexão que provoquem no aluno respostas reflexivas acerca do que vai escrever, de como o vai fazer e de sobre o que escreveu.
O aluno deve responder às seguintes perguntas:
    a) O que vais escrever?
    b) Para que vais escrever?
    c) Como vais escrever?
    d) Quando terminares, como o vais corrigir?
    e) Como comprovarás se está bem escrito?


Orientações Metodológicas

1. Realizar a autocorrecção de maneira imediata, isto é, não é aconselhável que haja um tempo excessivo entre a elaboração do texto e a sua correcção.
2. A autocorrecção oral é eficaz, pois a verbalização ajuda o aluno a tomar mais consciência da sua produção escrita.
3. Os alunos devem habituar-se a usar rascunhos prévios ao texto (produto final). Deve assumir-se com natururalidade que num primeiro documento possam aparecer erros ortográficos, má letra, etc. Situações que podem e devem ser corrigidas na produção do texto final. 
4. A heterocorrecção ou a correcção em pares e pequenos grupos é também aconselhável, fazendo uso do diálogo e do intercâmbio de tarefas escrita.
5. A autocorrecção exige o uso de materiais de consulta (livro de texto, dicionário, apontamentos, etc.). 


Modelo de Actividade do Programa de Autocorrecção de Vallés (1996)



Programa de Redacción de Vallés (1997)

O enfoque cognitivo das dificuldades da escrita prevê uma pauta de intervenção psicopedagógica centrado no desenvolvimento dos diferentes processos, subprocessos e estratégias correspondentes aos módulos de planificação, sintáctico, léxico e motor (Arándiga, 1998).
Um exemplo de um programa dirigido ao desenvolvimento das habilidades de composição escrita é o programa de Redacción de Vallés (1997 cit. por Arándiga, 1998). A estrutura do programa dirigido aos alunos da Educação Primária é a seguinte:

1. Habilidades de formação de frases

a) Ideação livre a partir de ilustrações simples;
b) Construção de respostas a partir de perguntas tais como: “o quê?”, “como?”, “quando?”, “porquê?”, “onde”, “para quê?”, “com quem?”, etc.
c) Formação de frases utilizando dois, três, quatro… palavras dadas.
d) Completar frases com características segundo o expressado nas ilustrações.
e) Comparação de características, completando frases.
f) Escrever características de pessoas.
g) Ordenar frases cujas palavras estão desordenadas.
h) Formar famílias de tarefas com o fim de induzir a generalização de ideias.
i) Escrita de frases e união delas para a construção de ecpressões simples.
j) Ordenar frases que compõem uma historieta.

2. A descrição
a) Descrição de pessoas.
b) Descrição de lugares.
c) Descrição de objectos.
d) Descrição de animais.

3. O diálogo

4. A narração
a) Narração real.
b) Narração imaginária.

5. A redacção


Exemplos de actividades do Programa de Redacción de Vallés:



Os professores...


Segundo Adelantado (2004), no artigo "Entendiendo la disgrafia. El ajuste visuomotor en la escrita manual", afirma que os professores que trabalham com crianças disgráficas, para responder adequadamente às suas necessidades têm de introduzir mudanças em:

-na percentagem de tempo dedicado ao trabalho escrito: proporcionar-lhe mais tempo em tarefas de escrita, permitir-lhes começar antes ou dar.-lhe a folha com elementos facilitadores (formulários já preparados para preencher determinadas partes, folhas de notas com partes já escritas, etc.).

-o volume de trabalho: permitir-lhe o uso de abreviaturas nos textos escritos, não ter em conta a apresentação ou da ortografia nos seus trabalhos, reduzir os trabalhos de cópia (na matemática dar-lhe os problemas já copiados, por exemplo), facilitar-lhe apontamentos ou dar-lhes a possibilidade de fotocopiar apontamentos dos colegas.

- a complexidade: permitir-lhes fazer os trabalhos usando o computador e utilizar a revisão ortográfica, não contabilizar os erros de escrita ou permitir-lhes usar folhas pautadas e termodelos de letras na sua mesa de trabalho.


-as ferramentas: permitir-lhes usar o tipo de letra mais cómoda, o papel com as linhas traçadas, lápis ou canetas de cor, o instrumento que prefiram (lápis, caneta, esferográfica, etc.), prótese de agarre, um processador de textos ou um programa informático de reconhecimento de voz.

-no formato: permitir-lhes apresentar os trabalhos mecanografados ou oralmente, substituir os exames escritos por exames orais, realizar escrita cooperativa em grupo, etc.

Intervenção na Disgrafia


Segundo Adelantado (2004) no tratamento da disgrafia tem de se ter em conta as seguintes considerações:

- Deve utilizar-se preferencialmente a letra cursiva com crianças disgráficas, uma vez que a letra script apresenta uma série de inconvenientes para eles, tais como dificuldade em detectar a separação das palavras, facilidade para as inversões, ritmo de escrita mais lento, necessidade de pensar em cada letra onde está o seu início, etc.).

- Deve-se ter em especial atenção na sustentação do utensílio de escrita. A utilização correcta do utensílio de escrita favorece uma boa letra e não deve ser desvalorizado o valor negativo das posturas erróneas.

- A reeducação, para além de ser terapêutica e eficaz, deve ser interessante e amena para a criança que, não se pode esquecer, sofre com as suas dificuldades na escrita. Para que a criança se sinta motivada e activa tem de se reforçar as suas pequenas evoluções e evitar a frustração e o reforço negativo. Só deste modo a reeducação terá êxito e evitar-se-ão a perda de interesse e os sentimentos de incapacidade que afectam a auto-estima da criança, tornando muito difícil a sua recuperação.



Posição correcta (primeira da esquerda) e incorrectas da mão
(Olsen, 2000 cit. por Adelantado, 2004)



Posições incorrectas: suporte múltiplo, crispada e de varrimento 
(Portellano, 1985 cit. por Adelantado, 2004)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Workshop de "Dificuldades de Aprendizagem" - Instituto Piaget - Campus Santo André

O workshop de Dificuldades de Aprendizagem pretende dar uma panorâmica geral sobre o conceito de Dificuldades de Aprendizagem, bem como das principais Dificuldades de Aprendizagem.
Na parte teórica serão abordados os fundamentos biopsicossociais, neuropsicológicos e psicomotores da aprendizagem humana e das suas disfunções e dificuldades e estudar-se-á a problemática transdisciplinar das Dificuldades de Aprendizagem nas dimensões preventiva, educativa, reeducativa e terapêutica, com especial ênfase na Psicomotricidade.
Relativamente à parte de cariz mais prático, irá comparar-se a utilização de instrumentos de observação e de modelos de intervenção em Dificuldades de Aprendizagem, nomeadamente a avaliação e a intervenção Psicomotora.
O workshop de Dificuldades de Aprendizagem realizar-se-á no próximo dia 17 de Abril (sábado) do corrente ano, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 17h30 (duração de 6h), no Instituto Piaget – Campus Santo André.

Para mais informações:

APP
Site: www.appsicomotricidade.org E-mail: app@appsicomotricidade.org
Secção Estudantil
Blogue: appestudantes.blogspot.com E-mail: appestudantil@gmail.com